Alcidéa Miguel de Souza

FOTO 01 - DR

Alcidéa Miguel de Souza

Patrono: Vinícius de Moraes
Cadeira 25


BIOGRAFIA

Natural de Vitória, Espírito Santo em 1962, Alcidéa Miguel de Souza, casada, mãe de três filhos. Tem formação superior na Faculdade FAINC em Santo André, SP, nos cursos de Artes e Música. Professora de Ensino Médio Fundamental I e II, e Educação Infantil há 25 anos nas disciplinas: artes, música e teatro. Fez outros cursos: pintura em tela, saxofone (Fundação das Artes), violão, violino, canto, informática, espanhol e inglês. Pós-Graduação em Cultura, Artes e Educação. Tomou posse na ALGRASP – Academia de Letras da Grande São Paulo em 30 de agosto de 2018, na cadeira 25 cujo patrono é Vinícius de Moraes.

E-mail: alcidea.miguel@gmail.com


BIBLIOGRAFIA

Ainda há tempo para a esperança – Autoajuda, 2012;

Eu também chorei na escola – Infantil, 2013;

Antologia Cadernos Negros – Quanto pinta tem cento e trinta, 2015;

O artista é você – 2016;

Antologia Cadernos Negros – A História é Preto no Branco, 2016;

Ser Mulher –  (2018);

Tempo Insólito (Antologia) – 2018;

Ser mulher (Mulher) – 2ª edição, 2018


Pronunciamento de apresentação de Alcidéa Miguel de Souza na Academia de Letras da Grande São Paulo, proferida pelo Acadêmica e Presidente Maria Zulema Cebrian, para a Cadeira 25,  Patrono Vinícius de Moraes, em 30 de Agosto de 2018.

BOA NOITE A TODOS,

Os pássaros voam alto e muito longe…

Foi o que, um dia, Alcidéa ouviu de seu pai.

Assim é e continuará sendo a sua caminhada. O caminho dos que acreditam na importância do aprimoramento da língua portuguesa e sua manifestação literária.

Alcidéa, alçar esse voo é um desafio que se inicia a partir deste momento em que a Academia de Letras da Grande São Paulo lhe outorga o título de Acadêmica.

Assumir a Cadeira de Vinícius de Moraes é comprometer-se com a responsabilidade e determinação na vereda literária. Compromisso este, culto e inteligente, que leva a meditar sobre o drama da indulgência cultural que prospera e avança, rápida e sombria.

Alcidéa nasceu em Vitória no Espírito Santo, filha de Alfredo Miguel e Margarida. Viveu e cresceu entre livros e determinações culturais que a levariam a dedicar-se às letras e à música.

Ávida por conhecimento e aprimoramento, enveredou pelo mundo das artes, buscando seu crescimento, acrescendo à sua vida, importância e significado.

Orgulhosa de sua família, recebe o apoio incondicional de seu esposo Moacir e a sustentação necessária para seguir adiante de seus filhos Lucas, Amanda e Daniel.

Voe Alcidéa!

Realize a profecia de seu pai Alfredo!

A Academia de Letras tem enorme prazer em recebê-la.

Venha! Junte-se a nós neste combate especialmente importante e decisivo.

Venha! Nós seus, agora Confrades e Confreiras, a recebemos com alegria.

Maria Zulema Cebrian

Presidente


Pronunciamento de Posse  –  Excelentíssima Acadêmica Senhora Maria Zulema Cebrian, ilustre Presidente da Academia de Letras da Grande São Paulo, que me proporcionou a honrosa oportunidade para fazer parte desta Academia de Letras, minha Madrinha, Digníssimo Secretário da Cultura de São Caetano do Sul, João Manoel da Costa Neto, Digníssimo Secretário da Cultura de Ribeirão Pires, Robson Miguel, Nobres Acadêmicos, Autoridades, Caros Amigos, Inestimáveis Colaboradores.

Querida Família, Senhoras e Senhores.

Para mim é uma honra, hoje, poder ingressar na Academia de Letras da Grande São Paulo como membro titular da Cadeira 25, que tem como patrono, Vinicius de Moraes.

Agradeço ao Deus Todo Poderoso que me concede essa graça e honra, que me deu o dom de alcançar os corações através da escrita.

Ao meu esposo Moacir, aos meus filhos Lucas Vinicius, Amanda Miguel e Daniel Henrique.

Agradeço ao meu genro, às minhas noras, aos meus irmãos.

À presença da minha amada família, dos queridos amigos e a todos que de alguma forma contribuíram para que eu chegasse até aqui.

Agradeço também ao meu querido pai Alfredo, in memorian, que desde que eu era pequenina acreditou no meu sucesso e sempre disse que eu voaria longe, como os pássaros.

À minha mãe Margarida que me estimulou a várias habilidades artísticas, enfim, estou imensamente agradecida!

O Patrono da minha cadeira é um compositor, músico, escritor que muito marcou a cultura e a literatura do Brasil.

Marcus Vinicius Melo Morais, conhecido como: Vinicius de Moraes, nasceu no Rio de Janeiro em 19 de outubro de 1913. Filho do funcionário público e poeta Clodoaldo Pereira da Silva e da pianista Lídia Cruz. Poeta e compositor, foi um dos grandes nomes da Bossa Nova, sendo reconhecido internacionalmente pelo seu trabalho no cenário musical. Começou a escrever seus primeiros versos e poemas ainda na escola e, em 1929, tornou-se bacharel em Letras pelo Colégio Santo Inácio, ingressando na Faculdade de Direito no ano seguinte. Em 1933, ano de sua formatura em Direito, Vinícius publicou seu primeiro livro de poemas O Caminho Para a Distância. Onde reúne suas poesias. Não exerceu sua carreira em Direito.

Em 1943 Vinicius de Moraes foi aprovado no concurso para Diplomata, cumpriu sua carreira diplomática nos Estados Unidos, Paris, Montevidéu e Brasil.

Compôs peças teatrais, foi dramaturgo, crítico de cinema, jornalista, fez parceria musical com grandes compositores como: Chico Buarque, Tom Jobim, Carlos Lyra, Edu Lobo, Francis Hime, João Gilberto, Baden Powell, Toquinho e outros nomes.

Suas composições musicais somam cerca de 250 músicas entre elas individuais e parcerias, 13 livros, 3 prosas e 4 peças teatrais.

Na literatura, entre os livros publicados destaco: Forma e Exegese, 1935, Poemas, Sonetos e Baladas, 1946, Antologia Poética, 1954, Pobre Menina Rica, 1962, A Arca de Noé, 1970.

Vinicius de Moraes faleceu em 9 de julho de 1980. 14 anos depois, o livro Jardim Noturno, uma coleção de poemas inéditos organizados por Ana Miranda, venceu o Prêmio Jabuti na categoria Poesia.

Sua música inesquecível, entre tantas outras, é Garota de Ipanema que se tornou um hino da música popular brasileira.

Meus aplausos ao meu Patrono Vinicius de Moraes que me dá a honra de ocupar sua cadeira 25.

Meu objetivo como acadêmica, é preservar e enaltecer a língua portuguesa, a cultura e a literatura brasileira.

Como representante desta Instituição, desejo contribuir com os meus textos e edições. Criar projetos facilitadores que incentivem de forma prazerosa a pensar, ler, escrever, criar, compor, editar pois, acredito que o compartilhar traz ao leitor a oportunidade de abrir as asas e alçar voo.

Almejo estar de prontidão assessorando a quem eu puder servir e orientar nos assuntos literários e, da mesma forma, ser útil nos trabalhos com a equipe acadêmica, escritores e leitores, auscultando sempre mais o que a cultura brasileira forjar de mais expressivo.

Como dizia Vinicius de Moraes: “Quer? Então faça acontecer, porque a única coisa que cai do céu é a chuva”.

“A vida só se dá pra quem se deu.” (Vinicius de Moraes)

Finalizando meu discurso, quero estender minha gratidão e agradecimento a minha filha Doutora Amanda Miguel por ter olhado para minha trajetória literária e ter lançado um crédito para eu ocupar esta cadeira. Ela veio à Academia de Letras se informar quais eram os procedimentos para ser um de seus Membros. Obrigada filha!

Como mulher, escritora, cidadã brasileira que hoje, com a ajuda de Deus, dos brasileiros amantes das causas nobres, uno-me a esta casa de pensadores, profissionais de diversas áreas, diferentes faixas etárias, credos, raças, mas cada um, com suas singulares características, pode fortalecer esta causa praticando o que disse o escritor Eça de Queiroz: “Só um livro é capaz de fazer a eternidade de um povo”.

Eu acredito que a boa literatura promova mudança, esperança e é a chave que abre portas das mais surpreendentes que podemos imaginar.

Alcidéa Miguel de Souza

Cadeira 25 ― Patrono Vinicius de Moraes


Saudade

Ousada entrou em minha casa
Segura, acomodou-se ao meu lado
Roubou o espaço, manteve silêncio
Olhou desatenta pedindo-me a mão
Então estendi, mas não entendi
Que assim queria a minha atenção
Trazia notícias e boas lembranças
Das noites amadas e eternizadas
Com juras de amor em puro calor.

Trouxe a mim memórias vorazes
De beijos envoltos, gestos medrosos,
Eu sei pra que veio, querendo ficar
Mexer em minh’alma, tirando-me a calma
Trazendo o passado já aquietado
Envolvendo o presente, certo imponente,
Quem sabe o futuro mude o importuno
Importa que venha tirando a máscara
Percebo quem é!
Seu nome é saudade.

Tinhosa saudade que mexe comigo
Tirando o sossego, expondo a dor
Sabe que sofro, então porque vem?
Senhora me poupe, sinto-me refém.
Eu quero viver sem senti-la de fato
Sem desesperança, sem ouvir seu relato
Nem algo que una lamento e prazer
Aqui nessa casa não será benvinda
Oh dona saudade, não quero você.

Alcidéa Miguel de Souza

 

 

 

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