A prática constante do dever leva-nos ao aperfeiçoamento moral. Para tanto convém que voltemos nosso olhar em direção a nós mesmos, com atenção e severidade em igualdade com a qual medimos e vigiamos aos desmandos dos demais. Submetamos nossas atitudes a um exame escrupuloso, pois somente assim poderemos remediar o mal que se propaga incólume sobre nosso cotidiano.
Devemos levar em conta que o poder e a riqueza são facilitadores estimulantes das vaidades humanas que levam o homem a perder a sua capacidade de discernimento diante da opulência e à medida que a posição social os eleva. Colocando os indivíduos em patamares ilusórios fazendo-o com que percam a verdadeira essência e seu comprometimento moral e social com a humanidade.
É preciso uma disciplina rigorosa para afastar-nos das tentações que nos levariam a cometer pequenos delitos, sem pena criminal, mas que, também, corroboram para que a sociedade se deixe perverter moralmente.
A honestidade perante o mundo, nem sempre está em acordo com o necessário e obrigatório que deveria ser o comprometimento individual daqueles a quem foi conferido o poder de mando. Antes do comprometimento assumido, buscam o aplauso da própria consciência em detrimento das necessidades de toda uma sociedade carente, humilhada e mais, impotente.
Somos cidadãos de um mundo de misérias e miseráveis e inconscientes das desventuras que nos são apresentadas, dia a dia, pela mídia. Tornamo-nos indiferentes e passamos ao largo sem enxergar o que precisaríamos ver.
Urge que o poder tome ciência da responsabilidade que lhe cabe para que possam devolver-nos a paz e a tranquilidade perdida.
A literatura tem por foco tocar aos corações de seus leitores.
Maria Zulema Cebrian
Presidente da Academia de Letras da Grande São Paulo